O anúncio foi feito pelo ex-candidato presidencial da oposição Henrique Capriles Radonski aos jornalistas, em Caracas, no final de uma marcha convocada para assinalar a queda da ditadura de Marcos Pérez Jiménez - que presidiu à Venezuela entre 1952 e 1958 -, e para exigir a realização de eleições regionais.

"Esta foi a última mobilização convencional, a próxima será de surpresa. Fecharam estações do Metropolitano (em Caracas) e bloquearam acessos à capital. Os funcionários (agentes) de segurança só aparecem quando se convoca uma mobilização, mas quando matam e roubam um venezuelano não há nem um", disse.

Em resposta à convocatória da oposição, milhares de pessoas marcharam em várias cidades do país, com rádios locais a reportarem que agentes da Polícia Nacional Bolivariana reprimiram as manifestações em diversas localidades, impedindo os participantes de se aproximarem das sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Capriles Radonski, que também é governador do Estado de Miranda (leste e sul de Caracas) denunciou que "mais de 2 mil funcionários (dos organismos de segurança) foram distribuídos para impedir que a oposição caminhasse livremente pelas ruas".

Aquele dirigente da oposição considerou que 59 anos depois da queda da ditadura (23 de janeiro de 1958) a Venezuela "vive um dos momentos mais escuros" da sua história, "quanto a liberdades constitucionais" porque "uma cúpula sequestrou a democracia".

Segundo Capriles Radonski o "fracassado" processo de diálogo com o Governo foi "inútil", porque dialogar seria "normal num democracia" e o regime apenas quer "negociar para se manter no poder".

Durante a marcha de hoje o reitor Luís Emílio Rondón, do CNE, foi até à Avenida Libertador de Caracas, onde recebeu um documento da Mesa de Unidade Democrática (aliança opositora), exigindo a divulgação de um cronograma eleitoral.

A polícia venezuelana impediu os manifestantes de chegarem até à sede do organismo eleitoral.

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