"Continuo muito preocupado pela deterioração da situação dos direitos humanos na Venezuela, particularmente as duras respostas do Governo às críticas e às expressões pacíficas de divergência", afirmou.

A preocupação, segundo um comunicado em idioma castelhano publicado hoje na página web da ONU, foi expressada durante a apresentação de um relatório sobre a situação de violência e a violação de direitos fundamentais.

O México foi citado como exemplo da forma como a violência criminosa, sem controlo, pode ameaçar os avanços democráticos.

Zeid Ra'ad Al Hussein precisou que "tal como na América Central, no México são inquietantes os vínculos entre o crime organizado, as forças de segurança e as autoridades locais e centrais".

"A desaparição de 43 estudantes em Iguala (México) está longe de ser um caso isolado, mas desafia as autoridades a tomar medidas decisivas para pôr fim à impunidade e evitar esses crimes, no futuro", frisou.

Sobre a Venezuela, aquele responsável referiu-se "às duras respostas do Governo (venezuelano) às críticas e às expressões pacíficas de desacordo".

Frisou que "é alarmante" o "uso letal da força contra os manifestantes" e expressou especial preocupação pelas detenções contínuas e frequentemente prolongadas de manifestantes e de líderes opositores venezuelanos, além de denunciar tentativas de intimidação contra os defensores dos direitos humanos.

As denúncias do alto comissário da ONU acontecem numa altura em que os ministros dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Colômbia e Equador são esperados sexta-feira em Caracas, para, sob o auspício da União de Nações da América do Sul (Unasul), tentarem promover o diálogo entre o Governo venezuelano e a oposição.

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