As duas suicidas fizeram-se explodir durante um funeral na localidade de Nguetchéwé, explicou o porta-voz de um grupo de patrulha local.

Além dos nove mortos (incluindo as duas raparigas), cerca de vinte pessoas ficaram feriadas, disseram as mesmas fontes.

O atentado não foi ainda reivindicado, mas esta região é atacada com frequência por 'jihadistas' nigerianos do Boko Haram.

O país já registou cerca de 30 ataques terroristas desde o início do ano perpetrados pelo Boko Haram, em que morreram 30 pessoas.

A 01 de fevereiro, os representantes da comunidade internacional reunidos na sede da União Africana em Addis Abeba para uma conferência de doadores prometeram 250 milhões de dólares para combater o movimento radical islâmico nigeriano Boko Haram.

"Dispomos de mais ou menos 250 milhões de dólares (231 milhões de euros)" para financiar a Força de Intervenção Conjunta Multinacional (MNJTF), que combate o Boko Haram na bacia do lago Chade, anunciou naquele dia Smail Chergui, comissário para a Paz e Segurança da União Africana (UA).

Chergui precisou que a Nigéria contribuiu com 110 milhões de dólares, a União Europeia com 50 milhões, o Reino Unido com oito milhões "já recebidos", a Suíça com quatro milhões de francos suíços (3,6 milhões de euros) e a Comunidade de Estados do Sahel-Saara com 1,5 milhões de dólares.

O chefe de Estado do Chade, Idriss Déby, novo presidente em exercício da UA, disse esperar que as promessas de contribuições sejam "honradas urgentemente para mostrar o firme empenho na luta contra o terrorismo".

Para combater o Boko Haram, os quatro países nas margens do lago Chade -- Nigéria, Camarões, Chade e Níger -- e o Benim criaram a referida força conjunta, que integra 8.700 militares, polícias e civis.

Para Chergui, aquela força tem feito "um trabalho notável" e "o Boko Haram já não ocupa o território como antes: estão escondidos na floresta", de onde saem para realizar os atentados terroristas.

"Foram obtidos grandes resultados e devemos consolidar o adquirido", afirmou.

O Boko Haram, que jurou lealdade ao grupo radical Estado Islâmico, já causou mais de 17 mil mortos e 2,6 milhões de deslocados na Nigéria, desde que iniciou a sua revolta, em 2009.

MP (PAL) // JPS

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