"Não se pode continuar a apertar os países que estão numa depressão profunda. Em algum momento tem de haver uma estratégia de crescimento para que esses países possam pagar as suas dívidas e reduzir os seus défices", afirmou Barack Obama numa entrevista à CNN divulgada hoje, depois de ter sido questionado sobre a situação na Grécia.

O presidente norte-americano admitiu que a Grécia tem uma "necessidade extrema" de reformar a sua economia, mas salientando que "é muito difícil iniciar essas mudanças quando o nível de vida da população caiu cerca de 25 por cento".

Segundo números da agência noticiosa France Presse (AFP), a economia grega contraiu-se cerca de 25% desde 2008. Após cerca de seis anos de recessão económica e já no segundo resgate internacional, o novo Governo grego, liderado pelo Syriza (partido anti austeridade de esquerda), pretende alcançar um novo acordo com os credores internacionais.

"Espero que a Grécia possa permanecer na zona euro, o que requer compromissos dos dois lados", disse Barack Obama, considerando que "existe o reconhecimento por parte da Alemanha e de outros países de que seria melhor" que Atenas se mantivesse na união monetária "do que fora dela".

O presidente norte-americano disse ainda estar "preocupando com o crescimento económico" na Europa, defendendo que "são importantes reformas estruturais e prudência orçamental" em grande parte dos países europeus.

Considerando que "a melhor forma" de reduzir o défice "é crescer", Barack Obama sublinhou ainda que "numa economia que está em queda livre é necessária uma estratégia de crescimento e não apenas o esforço de apertar cada vez mais uma população que está a sofrer cada vez mais".

SP // APN

Lusa/fim