Ulisses Correia e Silva falava na abertura da Convenção Autárquica do partido, que aconteceu na Cidade Velha, concelho da Ribeira Grande de Santiago, e que serviu de preparação para as eleições autárquicas do próximo dia 04 de setembro.

"Precisamos vencer essas eleições não por um objetivo de poder. Precisamos vencer porque entendemos que o poder autárquico e os municípios são importantes e determinantes no conceito de governação global do país", traçou o líder do partido no poder em Cabo Verde.

Segundo Ulisses Correia e Silva, o partido quer manter o poder nas atuais 14 autarquias e conquistar "mais algumas" nas oito detidas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), seu maior rival na sena política cabo-verdiana.

Para isso, o líder partidário disse que é preciso o partido reforçar a coesão interna e fazer uma campanha alegre e aberta à sociedade, no sentido de conquistar todos, "independentemente das suas preferências e simpatias partidárias".

Ulisses Correia e Silva, ex-presidente da Câmara Municipal da Praia, de onde saiu para liderar o Governo cabo-verdiano na sequência das eleições legislativas de março último, fez um discurso ora como líder do partido e ora como chefe do Governo.

E foi na qualidade de chefe de Governo que defendeu uma aposta na regionalização e descentralização e numa cooperação e complementaridade com os municípios, ajudando-os a "ultrapassar obstáculos" a partir de 04 de setembro.

"Vamos dar os municípios mais competências, mais recursos e vamos fazer parcerias no quadro do reforço da lei do estatuto dos municípios", salientou Correia e Silva, indicando que o Governo já "começou a dar os primeiros passos", isentando os municípios do pagamento do IVA e impostos aduaneiros em investimentos municipais.

Também referiu que o Governo vai transferir 60% dos recursos da taxa ecológica aos municípios e 50% dos do fundo do turismo para financiar projetos e intervenções municipais, bem como regulamentar várias outras taxas, "antes do final do ano".

Num discurso várias vezes aplaudido, o presidente do MpD prometeu desenvolver parcerias em áreas em que a "complementaridade é fundamental", e salientou que o partido tem "bons candidatos, boas equipas e dinâmica de vitória" para as próximas eleições municipais.

"Precisamos acelerar o trabalho para não darmos tréguas no combate. Isto é para vencer mesmo e para vencer bem. Lá onde estamos tentar conquistar maiorias absolutas", projetou Correia e Silva, mostrando-se "confiante" num "bom resultado eleitoral".

A convenção autárquica do partido no poder em Cabo Verde contou com a presença de ministros, autarcas, dirigentes, simpatizantes e militantes do MpD, partido que lidera o poder autárquico democrático desde a sua instauração em 1991.

O PSD, partido da mesma família do MpD, esteve representado por Carlos Carreias, presidente da câmara de Cascais, um dos vice-presidentes e coordenador autárquico do partido nas eleições municipais em Portugal em 2017.

Durante a convenção, que terminou com a assinatura de um pacto autárquico, o vice-presidente do MpD, Olavo Correia, apresentou as linhas gerais do programa autárquico do partido, que pretende reforçar o poder local, apostando na descentralização e regionalização, e traçar um novo quadro de relacionamento entre o poder central e o poder local.

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