"O esforço não só é para manter, como é aliás para reforçar", defendeu José Azeredo Lopes, durante a cimeira ministerial entre os 28 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, até quinta-feira.

Para o responsável governamental português "a presença no exterior não significa necessariamente" estar "no meio de Bagdade ou que, de repente", se vá "desembarcar em Damasco".

"Nós colaboramos à medida das nossas capacidades - e tenho muito orgulho no nosso país e em que não seja um gigante, mas, à luz da nossa dimensão, damos sempre sinais claros de que podem contar connosco", especificou.

Questionado sobre os meios e os locais definidos, Azeredo Lopes recordou que o processo ainda vai passar pelo escrutínio do Conselho Superior da Defesa e do "Comandante Supremo das Forças Armadas", ou seja, o Presidente da República.

"Estamos a falar, com certeza, numa opção entre o Mali ou a República Centro Africana. É a opção que se está claramente a desenhar. Trata-se de assumir responsabilidades que estavam a ser assumidas, neste caso pela França, para a França se poder concentrar num outro teatro, essencialmente a Síria. Portugal já anunciou que vai acolher este pedido e agora vai seguir os seus trâmites", disse.

O Estado gaulês invocou a cláusula de proteção mútua europeia e já o anterior ministro, Aguiar Branco, tinha reconhecido a forte hipótese de empregar "um meio aéreo e mais efetivos, num dos cenários africanos".

Atualmente, as FND, com um orçamento de cerca de 52 milhões de euros anuais implicam mais de 500 meio e efetivos em África (Mali, Golfo da Guiné, República Centro-Africana e Somália), Médio Oriente e Ásia (Iraque, Afeganistão e Índico), além das regiões do Mediterrâneo, Báltico e Balcãs (Kosovo/Bósnia-Herzegovina).

O contingente mais numeroso, no Kosovo, com perto de 200 elementos, tem a maior fatia da despesa de uma proposta de orçamento para o setor em 2016 aumentada em 7,4% face ao executado em 2015.

Azeredo Lopes explicitou que a subida se deve às opções políticas do Governo socialista, apoiado no parlamento por BE, PCP e PEV, de "devolução das remunerações", mas também de "reforço, à medida das possibilidades, das Forças Nacionais Destacadas, além de a Lei de Programação Militar, aprovada ainda pelo Governo PSD/CDS, para "renovação e manutenção de material militar sem cativações" (mais 39 milhões de euros).

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