"Hoje estou em condições de dizer que o crescimento do Produto Interno Bruto para 2015 será de 2,9% e que para o ano que vem, 2016, o crescimento será da mesma ordem", disse hoje Mariano Rajoy, num fórum informativo da agência de notícias Europa Press.

O presidente do Governo espanhol disse que a sua previsão "não é fogo de artifício", realçando que "com a mesma prudência [com que anuncia estas previsões]" pode assegurar que a Espanha será a economia da zona euro que mais vai crescer entre os países grandes [Alemanha, França, Itália] "e como uma diferença considerável face à média europeia".

Por outro lado, afirmou que neste ano [marcado por vários atos eleitorais até final do ano] a economia espanhola vai criar mais de um milhão de empregos. O ritmo de crescimento da criação de emprego, disse Rajoy, comprova-se pelo último Inquérito sobre a População Ativa (EPA), divulgado na semana passada.

Mariano Rajoy disse que para que todas estas projeções se cumpram "e inclusivamente melhorem", o atual Governo vai manter "o impulso reformista" que promoveu desde o início da legislatura, com especial atenção para a reforma da administração, a formação para o emprego, o apoio aos empresários em nome individual ou a inovação.

Reafirmou que nos últimos anos Espanha manteve um Estado Social como "não existe em mais lado nenhum no mundo".

Para que este possa continuar, sublinhou, o Governo terá de ser "extremamente ambicioso" com as reformas e "extremamente eficaz na gestão dos recursos".

Assim, explicou, o objetivo da próxima legislatura será "regressar à normalidade prevista no artigo 135 da Constituição" espanhola, ou seja acabar com o défice público.

Para isso, reiterou que "o grande objetivo nacional" é o de chegar aos 20 milhões de pessoas empregadas na próxima legislatura (face aos atuais 17,6 milhões). "É uma meta razoável", realçou.

Numa intervenção que durou cerca de uma hora, Rajoy assegurou também que está disposto a baixar novamente os impostos quando aumente a atividade económica e a coleta, isto depois de ter aprovado uma reforma fiscal este ano que devolve quase 9 mil milhões de euros aos cidadãos.

Rajoy também abordou a polémica em torno da detenção do ex-vice-presidente do Governo Rodrigo Rato (PP), por corrupção e fuga ao fisco.

O chefe do Governo, antigo colega de Rato no Governo de José Maria Aznar e no próprio partido, disse que "Rato foi um companheiro e fez uma grande gestão" enquanto foi ministro da Economia e das Finanças.

"Dito isto, as coisas são como são", salientou Rajoy, acrescentando que o Governo fez "tudo o que tinha a fazer neste caso", que demonstra que "as instituições em Espanha funcionam".

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