A descoberta do vírus levou as autoridades a ativarem o plano de contingência, que inclui o abate de todas as aves, neste caso 10.380 - 8.245 galinhas e 2.135 pombos, informaram as autoridades locais em conferência de imprensa.

Este é pelo menos o quinto caso de abate de aves por gripe aviária em menos de um ano, e o segundo nesta época de ano novo lunar, quando há uma maior procura por galinhas, um ingrediente essencial nos banquetes festivos.

O vírus, de subtipo H7, foi detetado hoje numa das amostras do lote de aves vivas importadas, sendo que as galinhas e pombos do referido lote não chegaram a entrar no mercado abastecedor de Macau, de onde habitualmente seguem para venda ao público nos mercados da cidade.

"Em vários testes de análise, quatro tubos registaram problemas", disse o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), José Tavares.

Além do abate e da limpeza especial do mercado abastecedor, a venda de aves vivas fica suspensa por pelo menos três dias.

Segundo José Tavares, quatro pessoas tiveram contacto direto com as aves, desde o respetivo transporte do interior da China para Macau - "dois condutores e dois operários de transporte".

"Eles, entretanto, voltaram para a China. As autoridades chinesas já foram alertadas", disse.

A última vez que o vírus das aves tinha sido detetado em Macau foi a 26 de janeiro, um dia antes da entrada do Ano Novo Chinês, levando ao abate de 18.261 aves.

Antes deste caso, tinha havido outro abate de aves de capoeira (cerca de 10 mil) pelo mesmo motivo em dezembro, o que gerou o primeiro caso de infeção humana, num dono de uma banca de venda de aves por grosso. O homem, entretanto, recuperou.

A 12 de janeiro deste ano registou-se o primeiro caso importado de H7N9 numa mulher de Macau, mas com residência na China, onde criava galinhas e fez compras em mercados de aves. Os Serviços de Saúde informaram hoje que a mulher de 72 anos passou para a enfermaria geral, depois de ter estado três semanas em isolamento no hospital público.

As autoridades não têm revelado o fornecedor dos lotes infetados, mas garantem que não foi sempre o mesmo.

Apesar de a substituição de aves vivas por refrigeradas ser um "objetivo" do Governo, não há ainda qualquer calendarização para essa medida.

Um estudo divulgado em junho de 2016 indicou que quatro em cada dez residentes de Macau se opõem à substituição de aves vivas por refrigeradas.

O inquérito, destinado a avaliar a reação do público à medida que o governo de Macau pretende aplicar para prevenir surtos de gripe aviária, concluiu que 42,2% dos 1.026 inquiridos manifestam-se contra ou absolutamente contra a medida, 24,2% exprimiram concordância ou absoluta concordância e 33,3% afirmaram serem indiferentes ao assunto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em janeiro estar em alerta perante a propagação de surtos de gripe das aves, com casos reportados em cerca de 40 países desde setembro passado.

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