"Conversámos com o [antigo] Presidente Lula e ele disse que estaria aqui na segunda-feira para acompanhar o depoimento da Presidente Dilma e que, se fosse necessário, estaria à disposição para vir para Brasília no domingo", afirmou na quinta-feira o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Senado, Humberto Costa.

O antecessor e mentor político de Dilma Rouseff deverá assistir ao depoimento em algum gabinete da câmara alta do Congresso e não no plenário, onde a Presidente suspensa desde 12 de maio vai falar aos senadores.

No domingo, a Presidente com mandato suspenso vai ter uma reunião com senadores que a apoiam para acertar pormenores do seu pronunciamento, mas Humberto Costa frisou que não se trata de um treino, dado que a Presidente suspensa conhece melhor do que ninguém os argumentos que deve usar e não necessita de orientação.

"Quanto mais a Presidente se sentir à vontade em dizer o que pensa e o que sabe, melhor será", comentou.

Esta quinta-feira, no Rio de Janeiro, Lula da Silva criticou os senadores por iniciarem a "semana da vergonha nacional", numa referência ao julgamento da líder brasileira.

O julgamento de Dilma Rousseff começou na quinta-feira com a audiência de testemunhas, fase que deverá estender-se pelo fim de semana.

Na segunda-feira, será a ver de ouvir Dilma Rousseff e, a partir daí, não há hora para finalizar o julgamento, embora a expectativa seja que a votação final ocorra até quarta-feira.

Dilma Rousseff responde por irregularidades fiscais e vão ser necessários os votos favoráveis de, pelo menos, 54 dos 81 senadores para afastá-la do cargo e impedi-la de concorrer a cargos públicos eletivos durante oito anos.

Nesse cenário, o Presidente interino, Michel Temer, ficará à frente dos destinos do país até às presidenciais de 2018.

Caso Dilma Rousseff seja considerada inocente, reassumirá automaticamente o cargo.

ANYN // FV.

Lusa/Fim