"Não tenho nenhum compromisso para me desfazer da participação, mas é possível que venha a equacioná-la a prazo, uma vez que já não tenho ligação ao banco", afirmou hoje o gestor, que vai ponderar também novos projetos em Moçambique, eventualmente no setor financeiro.

"O meu futuro é um compromisso comigo próprio", declarou João Figueiredo, acrescentando que vai dar um prazo de três a quatro meses para "refletir sobre a melhor forma de continuar a fazer projetos de desenvolvimento económico em Moçambique, no setor financeiro ou outro", ou ainda contribuir para o comércio entre este país e Portugal.

O Banco Único, sexta maior instituição bancária moçambicana, com participações do Grupo Amorim e da Visabeira, fechou as contas de 2014 em assembleia-geral na quinta-feira, com um resultado de 19,2 milhões de meticais (494 mil euros), mais 125% do que no ano anterior, avançou João Figueiredo, assegurando que a sua saída é "uma questão pessoal".

"A vida das organizações tem picos e eu tenho muito orgulho no primeiro ciclo da instituição, em que os objetivos foram claramente alcançados", destacou o gestor, lembrando que o Banco Único sofreu uma alteração recente na estrutura acionista e que este é "o momento para passar o testemunho".

O Banco Único anunciou na quinta-feira a renúncia de João Figueiredo do cargo de presidente da Comissão Executiva, após três anos à frente da instituição bancária em Moçambique.

Segundo uma nota de imprensa, a presidência da Comissão Executiva do Banco Único será interinamente assegurada por António Correia, que vinha assumindo o cargo de vice-presidente.

Antes de ir para o Banco Único, João Figueiredo foi presidente da Comissão Executiva do Millennium Bim, maioritariamente detido pelo Millennium BCP, e banco líder em Moçambique.

O Banco Único anunciou ainda que o ex-ministro das Finanças de Moçambique Magid Osman passa a ocupar o cargo de presidente da assembleia-geral.

Recentemente, o Grupo Amorim, através do consórcio Gevisar SGPS, que inclui o grupo Visabeira, anunciou a venda de 36,4% da participação no consórcio no Banco Único ao banco sul-africano Nedbank, por 24,4 milhões de dólares (cerca de 22,4 milhões de euros).

Com a venda, a Gevisar SGPS reduziu a sua quota no Banco Único para 36,3%, sendo os restantes 27,2% do capital detidos por acionistas moçambicanos.

HB (PMA) // MSF

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