De acordo com o relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano sobre o comportamento da inflação, divulgado hoje, este registo contrasta com o pico de 2017, entre setembro e outubro, período em que os preços em Angola aumentaram 2,39%.

O pico da inflação mensal em Angola nos últimos anos registou-se em julho de 2016, quando, no espaço de um mês, segundo o INE, os preços registaram um aumento médio de 4%.

Entre janeiro e dezembro de 2016 (12 meses) os preços em Angola subiram praticamente 42%, segundo os relatórios anteriores do INE com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN).

No total de 12 meses até junho de 2017, a inflação acumulada tinha descido para 30,5%, caiu em julho para 27,29% e estabilizou, em agosto e setembro (a um ano), ligeiramente acima dos 25%.

Em novembro, igualmente na contabilização acumulada, a 12 meses, a taxa de inflação desceu para os 24,70%, refere o IPCN.

O documento não adianta explicações para esta quebra nos preços, que se verifica num período de forte consumo, devido à aproximação do período festivo em Angola.

As subidas de preços no último mês foram lideradas pelas províncias da Lunda Sul (1,82%), Lunda Norte (1,70%), Huambo (1,59%), Moxico (1,54%) e Cuanza Sul (1,52%), enquanto as províncias com menor variação foram as de Benguela e Luanda (1,02%), Cunene (1,05%), Zaire (1,08%), além do Cuando Cubango e da Huíla (1,50%).

A subida de preços em novembro foi influenciada sobretudo pelos setores "Vestuário e Calçado", com 1,99%, "Lazer, Recreação e Cultura", e "Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção", com ambos com 1,62%, e "Bebidas Alcoólicas e Tabaco", com 1,38%.

O valor da inflação a um ano continua num registo muito superior à previsão de 15,8% para o período entre janeiro e dezembro que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado de 2017.

Desde setembro de 2014 que a inflação em Angola não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo, nomeadamente dos alimentos.

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Angola, Ricardo Velloso, alertou a 22 de março, em Luanda, para a necessidade de medidas que ajudem a diminuir a elevada inflação que o país ainda apresenta.

A preocupação atual do FMI mantém-se à volta da necessidade de relançar o crescimento económico angolano "de uma maneira duradoura para os próximos anos", além de baixar a inflação mensal dos atuais 2% a 2,5% ao mês para "níveis mais aceitáveis", bem como sobre "como continuar a reforçar o sistema bancário e financeiro do país", explicou o economista.

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