Ainda hoje padroeira em dezenas de paróquias de Angola, a imagem está no país no âmbito das comemorações do centenário das "aparições", regressando a Portugal apenas a 23 de outubro.

"A imagem de Fátima representa muita coisa para nós, é que ela nos traz alegria, saúde, paz, amor e estamos aqui para a ver com muita emoção para a procissão e vigília", apontou à Lusa Maria José Simão, uma das devotas presentes na receção, uma cerimónia ainda de acesso limitado, no aeroporto.

Uma alegria que também estava patente no rosto de Fernanda de Oliveira, devota desde tenra idade: "Eu nasci com ela nos meus olhos por isso sou mesmo devota dela", disse, emocionada.

A imagem peregrina de Fátima chegou pelas 08:00 ao aeroporto internacional de Luanda e para as 18:00 está prevista uma procissão por Luanda, até à igreja da paróquia de Fátima, no distrito urbano do Rangel.

A última vez que a imagem esteve em Angola foi em 1948, no âmbito de uma peregrinação pelo continente africano, sendo esta a primeira visita desde a independência angolana.

De Portugal, o servita José Carlos Gonçalves acompanha a imagem de Fátima, no regresso a Luanda.

"Esta imagem já correu o mundo e portanto ela em si mesma quer transmitir aos seus filhos que tenham perdão, exorta para a felicidade e para o caminho do senhor", disse.

Com a imagem peregrina também chegou a Angola o servita da Cova da Iria, António Ribeiro Ferreira, que explicou que a imagem vem para render homenagem ao povo angolano e consolidar a paz e união no país, quando se assinalam os 100 anos das "aparições" e os 15 anos de paz entre os angolanos.

"Para que este povo que é tão querido da Nossa Senhora de Fátima consiga obter a paz, a união, entre as diversas regiões e religiões. E é com grande emoção que nós, os servitas, estamos hoje para peregrinar com esta imagem", afirmou.

De acordo com o programa das celebrações, entre 14 e 21 de outubro decorrerão várias atividades e duas missas diárias, às 11:00 e às 18:30, na igreja da paróquia de Fátima. Para o dia 22 está agendada, às 09:00, uma missa presidida pelo arcebispo de Luanda, Filomeno Vieira Dias, antes do regresso da imagem a Portugal.

A madre Emiliana Mbundo, da organização, valorizou o momento e o regresso da imagem a Angola: "Representa acima de tudo uma festa, uma bênção, uma festa jubilar de 100 anos que completamos justamente hoje da última "aparição" da virgem aos três pastorinhos em Fátima", disse.

"Significa que Maria veio carimbar o nosso percurso de fé que os angolanos cristãos católicos estão a crescer e amadurecer para a sua caminhada da fé, daí o significado profundo, uma vez que ela vem mais uma vez fazer um apelo à conversão", acrescentou.

"A exemplo de Frei Maiato, a nossa devoção a Nossa Senhora de Fátima, Hoje e Sempre" é o lema das celebrações, em Angola, do centenário das "aparições", que visa igualmente render homenagem ao frei Benjamim Maiato, antigo devoto de Fátima, que faleceu em maio, em Portugal.

DYAS // VM

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