"Estamos a harmonizar ideias e contribuições para termos pronta uma proposta de lei sobre a medicina tradicional, que será submetida ao Conselho de Ministros e depois à Assembleia da República", afirmou a ministra da Saúde moçambicana, Nazira Abdula, em declarações à imprensa à margem de uma cerimónia alusiva ao Dia Africano da Medicina Tradicional.

O futuro instrumento legal, prosseguiu Abdula, citada pela Rádio Moçambique, poderá ajudar a travar fenómenos como o recurso a órgãos humanos extraídos de pessoas portadoras de albinismo, assassinadas para fins supersticiosos, e ao assassínio de idosos por familiares convencidos por curandeiros de que têm má sorte devido ao feitiço dos seus parentes mais velhos.

Apesar de o Serviço Nacional de Saúde moçambicano estar em expansão, a maioria da população rural recorre aos curandeiros para o tratamento de doenças, mas também para consultas sobre várias situações do dia-a-dia, como o desemprego, infertilidade e mortes nas comunidades.

Os "diagnósticos" feitos por alguns curandeiros resultam muitas vezes em homicídios entre familiares, dado que são correntes acusações de feitiçaria.

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