A escolha da capital alemã para a fundação do "Democracy in Europe Movement" (Movimento para a Democracia na Europa, DiEM), tem caráter simbólico. Berlim é identificada como o coração da Europa e, segundo o blogue de Varoufakis, um marco da luta contra a austeridade na UE, de que o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, é considerado um símbolo.

Na sequência da vitória eleitoral na Grécia do partido da esquerda radical Syriza em janeiro de 2015, com base num programa anti-austeridade, o Governo alemão mostrou-se o mais intransigente nas duras negociações sobre a dívida grega que de prolongaram por seis meses até ser alcançado um acordo em 13 de julho, que implicou um novo plano de resgate com medidas de austeridade, que resultou em acentuadas divergências internas no Syriza.

Esta abordagem constitui a justificação, e a essência, para a formação do DiEM, centrado em torno da reivindicação "Democratizar a UE".

O ex-ministro das Finanças grego, cuja demissão foi necessária para que o acordo de 13 de julho fosse alcançado, pretende responder à "crise europeia que desconstrói a Europa".

O projeto de uma nova formação política à escala europeia é assim definido como uma "resposta a uma tomada de consciência", como referiu Varoufakis em entrevista recente ao diário digital italiano L'Espresso.

"Mesmo alguns primeiros-ministros, presidentes ou ministros das Finanças de potências europeias se tornaram impotentes numa Europa onde as decisões cruciais são tomadas longe da esfera política por burocratas ou banqueiros não eleitos", referiu.

A fragilidade da democracia, e as ameaças provenientes do 'establishment', "dos economicamente poderosos que sempre foram inimigos das práticas democráticas", são as preocupações centrais do novo movimento.

PCR // JMR

Lusa/Fim