Em nota, o Ministério da Saúde brasileiro disse que a suspeita foi comunicada a 20 de junho por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), da Paraíba.

Os cientistas informaram o Ministério da Saúde que, "além de presença do vírus Zika, foram encontradas partículas do vírus da diarreia viral bovina (VDVB), em amostras obtidas por necropsia de tecido cerebral de fetos e recém-nascidos com microcefalia".

O VDVB está presente em rebanhos bovinos em todo o mundo, podendo causar abortos e malformações nos animais, entre outras manifestações.

A tutela ressaltou que "a presença de partículas ou fragmentos do VDVB nas amostras coletadas não significa a existência de vírus ativo, nem que essa espécie de vírus seja responsável pelas malformações", sendo necessárias "novas pesquisas para esclarecer o significado desses achados".

O Ministério da Saúde informou ainda que, "conforme regulamento sanitário internacional", deu conta da descoberta à Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão a trabalhar em conjunto no monitoramento destes resultados.

Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados quinta-feira, até 25 de junho foram confirmados 1.638 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, que sugerem ter sido causados por infeção congénita.

Outros 3.061 casos suspeitos da doença ainda estão a ser investigados.

A microcefalia pode ter como causa vários agentes infeciosos além do vírus Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infeciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

O vírus Zika está presente em 60 países e o Brasil é o país mais afetado pela atual epidemia.

ANYN // PJA

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