O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) associa a habilidade financeira dos alunos ao desejo de terem maior formação académica ou à intenção de aforrar antes de se endividarem.

O estudo revelou que os estudantes "estão longe de atingir um mínimo de compreensão financeira, mesmo em países e economias como a Austrália, Itália, Holanda, Polónia e Estados Unidos", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, na apresentação do estudo.

A avaliação incidiu sobre estudantes de 15 anos da parte flamenga da Bélgica, sete regiões canadianas, Holanda, Austrália Estados Unidos, Polónia, Itália, Espanha, República Eslovaca e Chile - todos países membros da OCDE -, e ainda de quatro províncias da China, Rússia, Lituânia, Peru e Brasil.

"Estes alunos não conseguem perceber como funciona um simples orçamento simples ou entender a relação entre o que custa comprar um veículo e as despesas envolvidas nessa compra", acrescentou Angel Gurria.

Os três países da América Latina registaram baixa competência financeira, refletida em vários indicadores.

Cerca de 53% dos alunos no Brasil, 38% no Chile e 48% do Peru "não atingiram o nível básico" de conhecimentos financeiros, longes da média da OCDE, que é de 22%.

Além disso, apenas 3% dos estudantes brasileiros e chilenos e 1% dos peruanos demonstraram "excelente desempenho" na competência financeira que envolve saber analisar os produtos financeiros complexos.

O relatório destacou a importância de incluir competências financeiras na política pública de ensino porque os estudantes, embora ainda menores de idade, terão que tomar "muito em breve" decisões "a longo prazo" com consequências financeiras.

CYR // EL

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