A informação foi avançada pelo Deutsche Bank num comunicado prévio à conferência de imprensa que será dada pelos dois presidentes da instituição, Anshu Jain e Jürgen Fitschen, e depois de ter avançado no domingo que o lucro do primeiro trimestre caiu em termos homólogos 50%, para 544 milhões de euros, devido a litígios com a Justiça.

O maior banco alemão decidiu vender em finais de 2016 pelo menos 50% do Postbank e indicou que o objetivo é abandonar completamente esta entidade, em cujo capital entrou há sete anos e do qual possui atualmente mais de 94%, devido à escassa rentabilidade.

O processo de saída do capital do Postbank começará com a dispersão em bolsa, estando o Deutsche Bank a prever aumentar primeiro a participação até 96% do capital, até ao final do ano.

A decisão de sair do Postbank foi tomada numa reunião extraordinária da gestão da entidade na passada sexta-feira e deverá ser ratificada na assembleia-geral de acionistas prevista para agosto.

Mesmo assim, a direção do Deutsche Bank avançou que prevê fechar 200 das cerca de 750 filiais entre 2015 e 2017, mas não especificou se esta medida se traduzirá em despedimentos entre os 98 mil empregados.

Por outro lado, o maior banco alemão anunciou que pretende reforçar o negócio digital com um investimento até 1.000 milhões de euros até 2020.

O objetivo desta mudança de estratégia, que inclui a redução de riscos e acelerar o plano de poupança, é acabar com os problemas de capital com que a entidade está a ser atingida.

A crise financeira levou os governos a endurecerem a regulação para os bancos e, para cumprir os novos requisitos, o Deutsche Bank tem de reduzir a sua quota de endividamento e aumentar o capital.

Nos últimos meses, o banco alemão também foi atingido por diferentes escândalos, incluindo o mais grave associado ao processo resultante da manipulação da 'Libor' que terminou na semana passada nos Estados Unidos com a aplicação de uma multa recorde de 2.500 milhões de dólares.

MC // MSF

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