Falando durante a apresentação do livro "Desafios para Moçambique 2016", Salvador Forquilha observou que o país tem falhado na construção de instituições que traduzam a heterogeneidade social, económica e política da sociedade moçambicana.

"Enquanto as nossas instituições não tomarem em conta as nossas ricas diferenças na maneira de pensar, na maneira de olhar para o país, dificilmente teremos soluções duradoira para as nossas crises cíclicas", notou Forquilha.

Assinalando que o discurso oficial da defesa da unidade nacional corre o risco de se tornar numa mera retórica, o diretor do IESE frisou ser importante que Moçambique supere as crises que enfrenta atualmente para trazer de volta a esperança para milhões de moçambicanos e moçambicanas.

"Mais importante ainda é saber diagnosticar e entender abertamente e sem tabus as causas das nossas crises, que tendem a ser cíclicas, de modo a que não se hipoteque o projeto de um Moçambique democrático, inclusivo e de justiça, este é provavelmente o maior desafio que Moçambique enfrenta na actualidade", frisou Salvador Forquilha.

A obra lançada hoje pelo IESE é a sétima edição da série "Desafios para Moçambique" e nela se analisa em quatro partes a situação política, económica, social e Moçambique no mundo, através de pesquisas científicas elaboradas por investigadores da instituição.

No plano político e militar, Moçambique está a ser assolado pela violência militar opondo as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

No âmbito económico, o país vai registar este ano o crescimento mais baixo dos últimos anos, apenas 4,5% e está a ser abalado por uma acentuada desvalorização do metical, inflação galopante, queda das exportações e do investimento estrangeiro.

PMA // APN

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