Segundo a AFP, que cita fontes diplomáticas, a Rússia ameaça vetar a resolução.

A reunião do Conselho, marcada para hoje às 10:00 locais, e depois para as 15:00 (20:00 de Lisboa), vai finalmente ter lugar na quarta-feira de manhã, enquanto as negociações devem continuar para tentar quebrar o impasse, segundo a AFP.

O texto, caso seja aprovado, será a primeira resolução específica sobre o genocídio de 1995, quase 20 anos depois do dia em que milhares de muçulmanos foram massacrados pelas forças sérvias da Bósnia, comandadas pelo general Ratko Mladic.

O projeto de resolução, proposto pelo Reino Unido, "condena nos termos mais fortes o genocídio cometido em Srebrenica", segundo as mesmas fontes.

Segundo o texto, o reconhecimento do genocídio é "um pré-requisito para a reconciliação" na Bósnia e condena qualquer negação do genocídio.

De acordo com o texto, o Conselho "saúda os esforços para investigar e processar todos os acusados de violações graves do direito internacional humanitário durante o conflito na Bósnia, incluindo o genocídio em Srebrenica".

O Conselho apela a todos os países a cooperar com a justiça internacional, apoia os Acordos de Paz de Dayton de 1995 e "reafirma a importância de extrair lições do fracasso das Nações Unidas para impedir o genocídio em Srebrenica".

A Rússia afirma que este texto pode agravar as divisões e insiste de forma muito forte nos crimes cometidos pelos sérvios da Bósnia.

Os líderes sérvios bósnios pediram a Moscovo para vetar este texto, que consideram "anti-sérvio".

Cerca de 8.000 homens e jovens muçulmanos foram mortos em julho de 1995 em Srebrenica pelas forças sérvias bósnias, pouco antes do fim da guerra nos Balcãs, de 1992-95.

O enclave de Srebrenica foi declarado uma área protegida pela ONU, mas as forças de paz holandesas não foram capazes de o defender.

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