O protesto teve lugar na ponte Simón Bolívar, que liga a cidade colombiana de Cúcuta à venezuelana de San Antonio.

Os manifestantes exibiram cartazes com frases como "Venezuela, desperta", uma mensagem aos habitantes da nação vizinha para que tomem consciência da situação do seu país, e pediram também a libertação das várias pessoas que foram detidas nos últimos dias pelas autoridades venezuelanas.

A fronteira encontra-se encerrada desde 20 de agosto por ordem de Nicolás Maduro como parte de uma campanha contra o contrabando e supostas atividades de foro paramilitar.

O chefe de Estado venezuelano assinalou, esta sexta-feira, por seu turno, que os colombianos que viviam num bairro fronteiriço com a Colômbia que era "governado por paramilitares" e que foi desocupado no domingo foram repatriados e não deportados.

"Não foram deportados, foram repatriados, regressaram ao seu lugar de origem. Eles quiseram regressar o mais rapidamente possível porque tinham medo das investigações", afirmou Maduro.

Como estas pessoas "não foram capturadas, cometendo diretamente um delito, regressaram voluntariamente", disse, reiterando que o bairro era uma "base paramilitar" e que as pessoas que lá viviam "eram escravos económicos, 'bachaqueros' (contrabandistas) dos paramilitares e que havia mulheres submetidas à escravidão sexual".

Este bairro com aproximadamente 2.000 casas erguidas a 300 metros da fronteira com a Colômbia foi uma das zonas do estado de Táchira onde se realizou a Operação de Libertação do Povo, ativada pelo Executivo para lutar contra o contrabando.

Com este fim, Maduro encerrou a fronteira por 72 horas na quarta-feira da semana passada, uma medida que estendeu de por tempo indeterminado dois dias depois, quando declarou estado de emergência no estado de Tachira, no oeste do país, um foco de oposição ao seu governo, o qual abrange seis municípios.

Desde o encerramento da fronteira, ordenado por Maduro, mais de 1.000 colombianos foram devolvidos ao seu país e outros 4.260 abandonaram a Venezuela voluntariamente.

A decisão gerou preocupação no seio de organismos como a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a União Europeia (UE).

Os chefes da diplomacia dos países da Unasul reúnem-se na sede do bloco, em Quito, na próxima quinta-feira, dia 03 de setembro, para discutir a crise fronteiriça, informou, esta sexta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, María Ángela Holguín

DM (DN) // DM.

Lusa/Fim