"Já houve um perdão voluntário da dívida por parte dos credores privados, os bancos já cortaram a dívida da Grécia em milhares de milhões", argumentou Angela Merkel, realçando: "Eu não equaciono um novo cancelamento da dívida".

A dívida é uma questão essencial para o novo governo da Grécia, eleito no passado domingo, figurando no centro das negociações com os parceiros europeus, principais credores de Atenas.

A dívida helénica eleva-se a mais de 315 mil milhões de euros. O Eurostat fala em 315,5 mil milhões de euros no final de setembro de 2014, enquanto o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indica, por seu lado, 324 mil milhões de euros.

No início de 2012, os credores privados da Grécia aceitaram fazer uma substituição dos títulos na sua posse por outros menos rentáveis, o que levou a uma supressão de dívida no valor de 100 milhões de euros. Na altura, os credores públicos também consentiram que houvesse um alívio dos juros e um prolongamento dos prazos.

"A Europa vai continuar a demonstrar a solidariedade para com a Grécia como aos outros países particularmente afetados pela crise se empreenderem reformas e medidas económicas", afirmou a chanceler alemã, adepta das políticas de austeridade rejeitadas pelos novos dirigentes de Atenas.

Questionada sobre os primeiros anúncios do Governo liderado por Tsipras, como o aumento do salário mínimo, Angela Merkel sublinhou: "Nós, ou seja, a Alemanha e os outros parceiros europeus, estamos à espera de ver de que forma é que o novo governo grego nos vai abordar".

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