Os camponeses de Malema, província de Nampula, contestaram a forma como o empreendimento está a ser executado, durante uma reunião de auscultação pública sobre o Plano Diretor do ProSavana.

"O ProSavana não está claro. As informações que temos a partir do Brasil onde já foi implementado um programa idêntico não nos animam. Sabemos que muitos brasileiros perderam suas terras e viraram nómadas", disse Júlio Cornélio, um dos participantes no encontro.

Os camponeses protestaram igualmente a alegada falta de garantias do direito de posse de terra, observando que o ProSavana está apenas preocupado em proteger os direitos dos produtores.

O tipo de assistência que os camponeses vão receber no quadro do ProSavana foi igualmente alvo de questionamento por parte dos presentes na auscultação.

Um comunicado de imprensa enviado à Lusa pelo Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar indica que as consultas públicas em torno do ProSavana têm o objetivo de apresentar e discutir com as partes interessadas as estratégias a seguir para o desenvolvimento da agricultura no corredor de Nacala.

O ProSavana foi concebido para ser executado em 19 distritos do centro e norte de Moçambique, onde serão produzidas monoculturas destinadas à exportação, situação que levanta receios de usurpação de terras e extinção de culturas que servem de fonte de sobrevivência dos camponeses da região.

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