Apesar de a expropriação de terra ser uma preocupação comum a todos países presentes na conferência, a promotora da iniciativa, a União Nacional dos Camponeses de Moçambique (UNAC), pretende reforçar o apoio de parceiros internacionais contra o ProSAVANA, um programa de desenvolvimento agrário entre os governos de Moçambique, Brasil e Japão.

Idealizada para ser implementada em 19 distritos de três províncias do centro e norte de Moçambique, a iniciativa tem sido alvo de críticas da (UNAC), a principal organização de defesa da classe em Moçambique, por alegadamente poder resultar em expropriações de terra e desmantelamento das condições de vida das comunidades em prol de culturas de rendimento para exportação.

"Vamos deter o ProSAVANA, porque o que os três governos estão a fazer não serve os camponeses, promove a mercantilização da agricultura, da terra e do homem", disse no encontro o oficial de advocacia e cooperação da UNAC, Vicente Adriano.

Segundo Vicente Adriano, a estratégia de desenvolvimento agrário deve ir no sentido de facilitar o acesso dos camponeses aos meios de produção e produtividade e não apenas na primazia da agricultura comercial praticada pelos grandes investidores.

"A luta camponesa em defesa da terra e agricultura camponesa, que garanta a soberania alimentar e alimentação adequada, travada pela UNAC nos últimos 25 anos, nunca foi tão atual e imprescindível quanto arriscada para milhões e milhões de moçambicanos", afirmou no encontro o oficial de advocacia e cooperação da UNAC.

PMA // MLL

Lusa/Fim