A situação, que não é nova, é descrita no relatório 2014 da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (JIFE) das Nações Unidas, divulgado hoje, revelando-se ainda que, além da cocaína e dos seus produtos associados, ao Brasil também chegam anfetaminas e alucinogénios, muitas vezes procedentes da Europa.

"O Brasil, com as suas vastas fronteiras terrestres com os três principais países produtores de cocaína e a sua extensa costa atlântica, continua a ser um importante país de trânsito para o tráfico de cocaína para a África Ocidental e Central, Europa e África do Sul", refere-se no documento.

Além disso, o Brasil é "um importante país de destino de grandes quantidades de cocaína", acrescenta o órgão autónomo do das Nações Unidas, encarregado de velar pelo cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas, que reconhece os esforços renovados do Governo do Brasil na luta contra o flagelo do narcotráfico.

No documento refere-se que em 2014 se promulgou "uma nova lei para garantir a destruição rápida dos cultivos ilícitos e das drogas apreendidas, com exceção de pequenas amostras que serão utilizadas em análises forenses e procedimentos penais".

O JIFE sublinhou também o forte aumento da criação de centros especializados do Governo, como parte dos esforços para prevenir a toxicodependência.

Se em 2002 o país contava com 424 centros deste tipo, em 2012 já eram 2.067, segundo dados da ONU.

"Entre os objetivos declarados destes centros figuram a prevenção do uso indevido de drogas e reabilitação e reinserção social dos toxicodependentes", assinala-se no estudo.

Além do problema do consumo de cocaína, o Brasil, assim como outros países da América do Sul, é um consumidor do 'ecstasy' que se produz na Europa, de acordo com o documento.

"Os maiores volumes de apreensão de 'ecstasy' na região, que são os da Argentina, Brasil e Colômbia, mostram um consumo considerável desta substância nestes países", apontou o estudo.

Em 2012, os maiores volumes de apreensões de LSD na América do Sul foram na Argentina (87.605 doses) e no Brasil (65.033 doses, número que diminuiu para 56.680 doses em 2013).

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