"As previsões do Banco de Cabo Verde (BCV), embora realizadas numa conjuntura de incertezas, sugerem um nível da atividade económica em 2017 inferior ao registado no ano anterior, devendo o crescimento económico aproximar-se do limite inferior do intervalo 3,0 a 4,0%", adianta o relatório.

As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para 2017 uma conjuntura económica global "relativamente estável" para as economias dos países emergentes e em desenvolvimento, devendo a economia da zona Euro, principal parceiro económico de Cabo Verde, "manter a trajetória de modesta recuperação".

As previsões do BCV antecipam melhorias no mercado de trabalho relacionadas com o "aumento dos investimentos privados e da formação bruta de capital fixo privado, sustentada por projetos de investimento externo".

Por outro lado, segundo o BCV, é esperada uma redução dos investimentos públicos.

O nível de preços deverá manter-se contido, situando-se num intervalo entre zero e 1%.

O BCV projeta a recuperação do setor da construção civil e antecipa "desempenhos favoráveis" dos setores do alojamento e restauração, da indústria transformadora e do comércio.

O défice comercial deverá aumentar tal como o défice corrente, no entanto a balança de pagamentos deverá manter o superavit, com o crescimento das reservas externas a garantir acima de seis meses de importações de bens e serviços.

"Deste modo, os riscos à estabilidade do sistema financeiro relacionados com o contexto macroeconómico e financeiro são descendentes e deverão manter-se contidos", adianta o relatório.

"A previsão do crescimento do crédito à economia em torno 3%, a necessidade de contínuo saneamento do balanço dos bancos, a melhoria da confiança dos agentes económicos e o cofinanciamento de empreendimentos turísticos de promotores estrangeiros, deverão favorecer a redução das restrições ao financiamento", acrescenta.

O financiamento bancário permanece concentrado face a um número restrito de depositantes, situação que, segundo o BCV, se deverá manter "no curto e médio prazo, pelo que, não se espera que os riscos associados à estrutura do setor bancário venham a agravar-se".

CFF // ARA

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