"A data solene da assinatura (...) será entre 20 e 26 de setembro, em função das agendas das figuras, inúmeras e difíceis de coordenar, que vão assistir a essa cerimónia", anunciou, este sábado, o ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas.

O ministro não facultou, porém, mais detalhes, como quem vai marcar presença ou onde terá lugar a cerimónia durante a qual o Presidente, Juan Manuel Santos, e o líder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Timoleon Jiménez, conhecido como "Timochenko", vão firmar os acordos concluídos na passada quarta-feira em Havana, sede das negociações iniciadas em novembro de 2012.

Juan Manuel Santos declarou, na quinta-feira, em entrevista à CNN que a assinatura dos acordos poderá realizar-se em Cuba ou em Bogotá ou ainda na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde tem lugar a Assembleia-Geral da ONU a partir de 20 de setembro.

A data da assinatura vai figurar como o "Dia D" para o início do processo de desarmamento dos guerrilheiros, previsto para se desenrolar ao longo de seis meses sob a supervisão das Nações Unidas, disse Luis Carlos Villegas.

"Contudo, antes de lançar o calendário do 'Dia D', as FARC comprometeram-se a fazer ajustamentos necessários para começar a sua desmobilização", acrescentou.

O Presidente colombiano ordenou na quinta-feira um cessar-fogo definitivo a partir da próxima segunda-feira, dia 29, que entra em vigor às 00:00 (06:00 em Lisboa).

A guerrilha observa, por seu lado, desde 20 de julho de 2015, uma trégua unilateral das suas ofensivas contra o exército, como prova do seu compromisso para com o processo de paz.

Antes da assinatura "solene", as FARC vão realizar uma conferência nacional de dirigentes, de 13 a 19 de setembro, em San Vicente del Caguan, antigo reduto da guerrilha no sul do país, para ratificar o acordo de paz.

Um comunicado das FARC divulgado, este sábado, salienta que a conferência da organização, além de ratificar os acordos de paz, dará início à transformação da guerrilha "em movimento político legal".

A conferência, que contará com 200 delegados das FARC, incluindo os 29 membros do Estado-Maior da guerrilha, vai ser aberta à imprensa, bem como a 50 convidados colombianos e internacionais.

A guerra na Colômbia, que começou em 1964, é o último grande conflito armado nas Américas e provocou a morte a 260.000 pessoas, deslocou 6,9 milhões e deixou 45.000 desaparecidos.

O acordo tem ainda de ser aprovado pelos colombianos num referendo, que vai realizar-se a 02 de outubro.

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