Em declarações à imprensa angolana, em Nova Iorque - onde se reuniu no sábado com o homólogo da RDCongo, Raymond Tshibanda - e reproduzidas hoje pela imprensa local, o chefe da diplomacia angolana explicou que a medida de segurança foi tomada face aos violentos protestos que se alastram no país vizinho, exigindo a saída do poder de Presidente Joseph Kabila.

"Essas questões de ataque direto às nossas instalações [representação de Angola na RDCongo] não são verdadeiras, não temos esses elementos. O embaixador retirou algum pessoal, famílias para a República do Congo, onde ele estava até antes de ontem. Mas acho que a situação se está a normalizar", disse George Chikoti.

Além de negar informações de ataques dos manifestantes a representações angolanas em Kinshasa - os líderes dos dois países, Joseph Kabila e José Eduardo dos Santos, são aliados históricos -, o ministro das Relações Exteriores também garantiu que Angola não enviou militares para o país vizinho, conforme informações postas a circular nos dois países, negadas prontamente.

A 21 de setembro foi noticiado que a violência que ocorreu durante dois dias em Kinshasa provocou a morte a mais de 100 pessoas, estimaram fontes da oposição na RDCongo, o que mais do que triplica as estimativas policiais.

No centro das manifestações está a exigência de saída do poder de Joseph Kabila no final do mandato, em dezembro, rejeitando que se recandidate e o adiamento das próximas eleições.

"O Estado vai fazer tudo para manter a ordem na RDCongo, o procurador [geral da República, do país vizinho] está a investigar todos os casos que acontecerem nesses dias. A intenção do Governo é de fazer valer a autoridade do Estado, ao mesmo tempo que o Governo mantém a ideia de prosseguir e concluir o diálogo político", disse ainda Georges Chikoti, sobre as conclusões do encontro com Raymond Tshibanda.

Na guerra civil na RDCongo, entre 1998 e 2002, Angola e o Zimbabué enviaram tropas para aquele país para apoiar o regime do então Presidente, Laurent Désiré Kabila, pai de Joseph Kabila, que foi assassinado em janeiro de 2001, contra os rebeldes, apoiados pelo Ruanda, Uganda e Burundi.

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