O Ministério do Ambiente britânico precisou que nove locais exigem "limpeza especializada", incluindo o restaurante visitado pelos Skripal a 04 de março, horas antes de serem encontrados inconscientes num banco de jardim em Salisbury.

Cerca de 190 militares com formação específica estão a dar assistência aos funcionários das autoridades de ambiente, saúde e defesa que dirigem as operações de limpeza hoje iniciadas.

"A limpeza de cada local envolve um processo de testes, remoção de objetos que possam estar contaminados, limpeza química e novos testes", explicou o Ministério em comunicado, acrescentando que o trabalho vai levar "alguns meses".

Os Skripal foram envenenados com "uma quantidade muito pequena" de agente neurotóxico e a maior concentração da substância foi detetada na maçaneta de uma porta da residência do ex-espião.

Um laboratório militar britânico e, depois, a Organização para a Prevenção das Armas Químicas (OPAQ), identificaram a substância como 'novichok', um agente neurotóxico de uso militar desenvolvido na União Soviética nos anos 1970.

Pai e filha estiveram hospitalizados cerca de um mês em estado crítico. Yulia Skripal, 33 anos, teve alta hospitalar na semana passada e o pai, 66, permanece hospitalizado, embora já não esteja em estado crítico.

A zona do cemitério de Salisbury em torno das lápides da mulher de Serguei Skripal, Luidmila, que morreu em 2012 de cancro, e do filho Alexandre, que morreu em 2017 de doença hepática, foram hoje reabertas ao público, depois de uma "investigação aprofundada e análises terem permitido concluir que não estavam contaminadas".

Os outros locais potencialmente contaminados vão permanecer fechados até ao final das operações de limpeza e o resto da cidade "não representa perigo para os habitantes e visitantes".

As autoridades britânicas responsabilizam a Rússia pelo envenenamento, mas Moscovo nega qualquer envolvimento no caso.

O caso Skripal provocou uma crise diplomática que se traduziu numa ação coordenada inédita para a expulsão de cerca de 150 de diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e dois terços dos países membros da União Europeia, a que a Rússia respondeu com a expulsão de 150 diplomatas ocidentais.

MDR // FPA

Lusa/Fim